quarta-feira, setembro 28, 2005

A Triste História de Carlota, a Jibóia Janota

Carlota, a Jibóia Janota

Carlota, a Jibóia Janota, estava a andar de elevador à hora do jantar; mas, eis senão quando, quis sair do elevador e não conseguiu! Tentou falar com a habitualmente simpática porta, mas esta estava emudecida e não lhe respondeu.

— Que facto tão exótico — pensou Carlota, a Jibóia Janota.

Lá fora, em plena selva, o eco das folhas do Grande Carvalho ressoava por entre as ervas. Enroladas no chão estavam várias raposas preservadas em frasquinhos com etanol e prontas para serem transformadas em elegantes estolas para a nova colecção da Ana Salazar, grande defensora da emancipação feminina.

Entretanto, dentro do elevador, Carlota, a Jibóia Janota, teve uma ideia. Com a sua juba característica atou a cabeça à porta, puxou e a porta abriu-se como que por magia; e cumprimentou-a:

— Bom Dia!

Agora Carlota, a Jibóia Janota, já estava no seu habitat natural. Enquanto ziguezagueava pelas verdes ervas restolhantes e suaves como penas na leve brisa primaveril, foi brutalmente devorada.


Uma composição para Português, por JU_PRSNA_BRADAVICA e AMSCIANO

Sem comentários: