sábado, julho 08, 2006

Alice in Wonderland

Pensem numa adaptação livre de Alice no País das Maravilhas


Agora pensem numa comédia musical recheada de canções vivas e felizes

Agora pensem num filme para adultos softcore com uma menina inocente e ingénua

E agora juntem os três! Sim, é isto que é Alice in Wonderland, de 1976, uma adaptação bastante liberal (em todos os sentidos) do clássico de Lewis Carroll. Encontrei um artigo sobre ele, por acaso, algures na internet, e (claro!) decidi sacar o filme.
O que mais me espantou é que não é nada do típico filme porno (baixo orçamento, actores que não são actores, e nenhuma história). Não, o filme, além de ter um enredo, diálogos e humor, tem pelo menos 10 canções coreografadas (os musicais da Disney geralmente têm 5), que são agradáveis e divertidas; e o facto de geralmente serem cantadas ao mesmo tempo que outras coisas mais inquietantes acontecem no ecrã contribui para a experiência sublime que este filme dá. Tão famoso ficou, que até Roger Ebert, o mais respeitado crítico de cinema norte-americano, escreveu uma crítica à data da estreia.

(clique nos links para ver imagens... ou se calhar é melhor não...)
O filme começa com Alice, uma bibliotecária tímida e virginal, que rejeita um encontro com o homem que ama (um mecânico de automóveis) porque tem medo que ele vá longe demais. Quando ele parte, a aborrecida Alice folheia o livro "Alice's Adventures in Wonderland", e começa a cantar uma canção (que por acaso até está bem interpretada) sobre aprender a ser livre. Em resposta à canção, o Sr Coelho aparece e leva Alice através do espelho para o País das Maravilhas, onde se passam coisas que devem fazer o pobre Lewis Carroll dar voltas no túmulo.

Contamos com as aparições de Twiddledee e Twiddledum, que são uma irmã e um irmão um tanto incestuosos, um Chapeleiro louco que tem mais atributos além dos chapéus, uns Gatos Cheshire que "secam" Alice com as suas línguas quando ela se molha no lago, um Humpty-Dumpty que precisa de ajuda de Alice para o levantar (e cujo sucesso é seguido de uma canção), e uma Rainha de Copas que tem ideias muito fixas acerca de castigos corporais. Também há as pedras que falam quando alguém se senta nelas, mas estas não se queixam.
As cenas são separadas por "title cards" (como nos filmes mudos), que geralmente têm um trocadilho cheio de insinuações. Este, por exemplo, é seguido da canção "What's a pretty girl like you doing on a night like this?" (com a piada sendo que a rapariga está sentada em cima de um cavaleiro [knight]). "What's a pretty girl like you doing on a knight like this; on a 'thing' like that; Should have been careful where you sat!"

Há muitas mais canções, acompanhadas de números de dança, com gente a saltar por todos os lados, e ficamos com a sensação de que as pessoas que fizeram isto se estavam de facto a divertir (o que não deve acontecer com a pornografia actual). Há linhas de humor memoráveis e hilariantes, e o argumento está bastante bem escrito (pelo menos em relação ao que eu esperava). Até Kristine DeBell, a actriz que faz de Alice, vagueia por Wonderland com o seu ar de feliz ignorância, enquanto os seus habitantes lhe dão um curso rápido em 50 passos de como manter o namorado. Mas ela vai muito bem; talvez seja o seu ar de total inocência e espanto quando confrontada com os passatempos animados de Wonderland que a faz tão sexy. Foram estes filmes dos anos 70 que estabeleceram o cliché da menina loirinha e fresca, com grandes olhos e a boca semi-aberta que entretanto foi substituído pelo "porn look" (vulgo, cara de bimba, muito silicone, plásticas e ar de "Oh, YEAH!").

No fim, Alice volta do seu sonho e decide avançar com o seu namorado (este avanço é mostrado em pormenor), aprendendo uma lição sobre a vida: "You have to learn to trust yourself: what feels good IS good."

Então era ISTO que os americanos estavam a fazer enquanto nós brincávamos às revoluções democráticas...

6 comentários:

Anónimo disse...

Depois disto so ha espaço para uma pergunta:
Onde o sacaste?? :)
(Mas responde, ok?)

Ju_prsna_bradavica disse...

wow um filme porno de qualidade E cm musica engraçadote? Só vendo.

Ana Melita disse...

A história do capuchinho vermelho é uma forma de dizer isso mesmo as crianças...
É uma forma inocente de mostrar a pedofilia! Evitar que as crianças falem com estranhos ou vagueiem por caminhos desconhecidos porque depois pode vir o "Lobo Mau e comer"

Fiquem bem...
;)

Anónimo disse...

Os americanos....esse espaço de tempo e local fabuloso!
ainda nós andamos timidamente a dar os primeiros passos na nobre arte de dialogos profundos e fotografia fabulosa que é o cineporno e ja eles nos penetravam com altissima qualidade!!!
so muito depois caíram as torres gemeas!

um abraço beijado

Paulo Santos
www.interiornorte.blogspot.com

belard disse...

Para os interessados (vulgo, Francisco Mota):
O filme está, por exemplo, no eMule (procurem Alice In Wonderland XXX, o ficheiro é MPG e tem 790 MB)

Mas não digam que fui eu que vos disse, que a pirataria é ilegal!

Mokas disse...

tou a ver que o amsciano ja nao é so para amscianos.. o que é agradável! ;)